Apresentado pela Associação Acreditar, o livro "Fim do Tratamento. O que acontece a seguir?" é uma publicação de cerca de 30 páginas com várias dicas e conselhos para os pais que, apesar do alívio por verem os filhos curados, enfrentam um certo vazio após um longo período de tratamentos em que estão sempre rodeados de profissionais de saúde que controlam a situação.
"As pessoas estão habituadas a uma rotina, a ir ao hospital todos os dias, a ter os médicos, os enfermeiros, os psicólogos uma série de pessoas. Tiveram um filho com uma doença muito grave e preocupam-se porque, de repente, aquele mundo em que viveram muito tempo desapareceu", causando angústias e dúvidas sobre o que devem fazer perante as situações mais comuns, explicou à agência Lusa a directora geral da Acreditar, Margarida Cruz.
A mensagem é que estas crianças e jovens estão curados e devem "seguir a sua vida normal"."As pessoas devem procurar reagir como reagem com outro filho, esclarecer dúvidas com o médico, falar com os filhos para que a ansiedade da criança e do jovem não aumente e tratar aquele filho ou filha com a mesma disciplina, o mesmo nível de responsabilidade que qualquer outro", sugeriu.
Cerca de 620 novos casos de tumores malignos em crianças até aos 14 anos foram identificados entre 1998 e 2002 num registo que abarca a Região de Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo, Algarve e Madeira.Tendo em conta a população residente nessas regiões (4,8 milhões de habitantes) e os dados de outros países da Europa, o número de crianças afectadas por estas doenças é considerado reduzido, mas o trabalho que resultou na primeira publicação exclusivamente dedicada às crianças nesta área identificou uma prevalência do tumor de Burkitt superior a outros países europeus.
Para assinalar o Dia Internacional da Criança com Cancro, a Associação Acreditar vai também realizar uma sessão de saúde oral às crianças hospedadas na instituição e uma outra de formação sobre higiene oral direccionada para os pais.
in Lusa
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