As leucemias, linfomas e tumores do sistema nervoso central são os tipos de cancro que mais afectam as crianças, representando cerca de 65% do total só no Sul do País. De acordo com o relatório do Registo Oncológico Regional do Sul, com dados de 1998 a 2002 entre os 0 e os 14 anos, foram diagnosticadas 619 neoplasias nestes cinco anos, 402 das quais pelas causas referidas.
Na área de influência de quase metade da população surgem 123 novos casos de cancros em crianças anualmente, "54% dos quais em rapazes", diz Gabriela Caldas, do IPO de Lisboa. A taxa de incidência é de 178 casos por milhão de habitantes, ligeiramente abaixo dos 180,27 da Europa, mas é superior sobretudo nas faixas etárias de um a quatro anos e na que engloba crianças com menos de um ano.
As leucemias representam 27% dos cancros pediátricos, os que afectam o sistema nervoso central 22% e, por último, os linfomas correspondem a 16% do total. Temos mais casos de "leucemia mielóide aguda do que no resto dos países europeus", refere a médica. Em relação à sobrevivência, Portugal está muito bem colocado, mesmo neste tipo de carcinoma, já que a sobrevivência é de 77% ao fim de cinco anos.
Mas há outros casos em que a região supera a média europeia: caso do linfoma de Hodgkin e não Hodgkin e do linfoma de Burkitt. A sobrevivência supera os 70% ou 80% na maioria dos cancros. "As crianças são mais sensíveis aos tratamentos; por isso, têm resultados melhores."
É por essa razão que "um em cada 700 adultos sobreviveu a um cancro em criança. Mesmo ao fim de cinco anos (tempo aproximado para se considerar que o cancro ficou tratado), as crianças são acompanhadas, porque "têm muitas sequelas e incapacidades e um risco acrescido de desenvolver um segundo cancro".
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