O Dia Internacional da Criança com Cancro assinala-se hoje com um livro apresentado pela Associação Acreditar para ajudar os pais de crianças vítimas de cancro a retomar uma vida normal após o tratamento. Também com o mesmo intuito, as crianças que estão hospedadas na associação receberão hoje uma sessão gratuita de saúde oral e os pais terão direito a uma formação sobre higiene oral.
O objectivo é mostrar aos pais que os filhos também têm outras necessidades (Nelson Garrido (arquivo))
Apresentado pela Associação Acreditar, o livro “Fim do Tratamento. O que acontece a seguir?” é uma publicação de cerca de 30 páginas com várias dicas e conselhos para os pais que, apesar do alívio por verem os filhos curados, enfrentam um certo vazio após um longo período de tratamentos em que estão sempre rodeados de profissionais de saúde que controlam a situação. “As pessoas estão habituadas a uma rotina, a ir ao hospital todos os dias, a ter os médicos, os enfermeiros, os psicólogos, uma série de pessoas. Tiveram um filho com uma doença muito grave e preocupam-se porque, de repente, aquele mundo em que viveram muito tempo desapareceu”, causando angústias e dúvidas sobre o que devem fazer perante as situações mais comuns, explicou a directora-geral da Acreditar, Margarida Cruz. A mensagem é que estas crianças e jovens estão curados e devem “seguir a sua vida normal”. As pessoas devem procurar reagir como reagem com outro filho, esclarecer dúvidas com o médico, falar com os filhos para que a ansiedade da criança e do jovem não aumente e tratar aquele filho ou filha com a mesma disciplina, o mesmo nível de responsabilidade que qualquer outro”, sugeriu.Precisamente com este objectivo, a Associação Acreditar vai também realizar, no âmbito de um protocolo estabelecido desde 2006 com o Instituto de Implantologia, uma sessão gratuita de saúde oral às crianças hospedadas na instituição e uma outra de formação sobre higiene oral direccionada para os pais, para mostrar aos pais e às crianças que, apesar do cancro, há outras necessidades que não devem ser descuradas e incentivá-los a seguirem em frente.Cerca de 620 novos casos de tumores malignos em crianças até aos 14 anos foram identificados entre 1998 e 2002 num registo que abarca a Região de Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo, Algarve e Madeira. Tendo em conta a população residente nessas regiões (4,8 milhões de habitantes) e os dados de outros países da Europa, o número de crianças afectadas por estas doenças é considerado reduzido, mas o trabalho que resultou na primeira publicação exclusivamente dedicada às crianças nesta área identificou uma prevalência do tumor de Burkitt superior a outros países europeus.
Sem comentários:
Enviar um comentário